
Como o registro eletrônico afeta o futuro dos registradores
19/01/2018 Os documentos dos cartórios são utilizados como fonte de informação, nesse cenário surgem novos conceitos que devem ser analisados, como matrícula e escrituração eletrônicaUm dos desafios é a transição para o sistema eletrônico, que deve ser feita sob demanda. A essência da atividade de registro e o papel do registrador passaram por uma transformação, por isso o registro eletrônico deve ser arquitetado e fundamentado pensando nas novas gerações, que muitos conceitos, e até mesmo pessoas, vão morrer, mas outras nascerão e a essência do registro continuará. O registrador do futuro terá de vencer novos desafios, que não poderão ser enfrentados pelo computador, e sim por pessoas.
Esse é o momento para os registradores sejam protagonista, o registro eletrônico é um desafio, mas também é uma oportunidade. Os maiores obstáculos para o futuro são o desenvolvimento de softwares do núcleo do registro e a gestão da etapa da transição que deve ser feita por um comitê gestor. Além da redefinição do modelo de negócios, sem esquecer os investimentos que devem ser partilhados, e a interpretação da regulação no contexto da nova tecnologia.
Para que todo esse projeto seja desenvolvido é necessária a gestão documental das serventias. Atualmente há muitas dúvidas sobre os novos formatos de documentos que estão sendo recebidos e o impacto desses documentos com os que já existem nos cartórios. Hoje nossos sistemas de documentação estão sendo geridos de forma híbrida.
O legado
Não se pode apenas fazer a digitalização de toda a gama de documentos da serventia, pois não existiria banco de dados suficiente para o armazenamento desses dados, por isso a necessidade do levantamento da estrutura e organização de cada cartório. Em um modelo aplicável para todos os cartórios destacam-se duas áreas essenciais, a de registro de averbação e a de fornecimento de certidões e informações. É indispensável o desenvolvimento de um sistema de gestão documental que facilite a rotina interna dos cartórios e contribua para o melhor aproveitamento tecnológico do registro eletrônico.
Esse cenário nos traz mudanças muito mais profundas do que apenas jurídicas: a mudança da mente do registrador. Ele agora sai de trás da mesa e tomas as rédeas de algo que é muito competente e que tem conhecimento.
A tecnologia pode atender a uma nova necessidade social, a comodidade e o imediatismo. O registro eletrônico vai, no primeiro momento, nos dar algo que as gerações vindouras sentem necessidade. O que significa; eu não quero sair de casa, eu farei o registro rápido sem precisar me deslocar até o cartório. Passamos daquela fase que transcrevíamos. Na época de 1970 eram necessários vários escreventes, várias séries de livro de transcrição para que se desse conta da escrituração dos registros. Hoje a revolução será maior, o registro eletrônico nos dará uma forma de repercussão nacional de informação.
Fonte: Naje Cavalcante - Central RTDPJ
Em: 19/2/2018