
IRTDPJBrasil lamenta a morte do jurista paraense Zeno Veloso
19/03/2021 Ex-tabelião do 1º Ofício de Notas de Belém, Zeno Veloso faleceu nessa quinta-feira, 18/3, em decorrência da covid-19O jurista paraense Zeno Veloso morreu de covid-19 na noite de quinta-feira (18/3). Zeno tinha 75 anos e estava internado em um hospital particular de São Paulo desde o início do mês.
Zeno, que também foi tabelião do 1º Ofício de Notas de Belém, ficou marcado por ajudar na elaboração das constituições estaduais do Pará e do Amapá, atuando como relator-geral da Assembleia Constituinte paraense.
Além disso, atuou como jurista, professor, deputado estadual e secretário de Justiça do Estado Pará. Também lecionou Direito Civil e Direito Constitucional na Universidade Federal do Pará (UFPA), pela qual se formou em 1969 e da qual recebeu o título de notório saber, e na Universidade da Amazônia (UNAMA), que lhe conferiu o título de doutor honoris causa.
Homenagem do presidente do IRTPJBrasil e da Anorg/AL, Rainey Marinho
“Ao amigo Zeno!
Estou tomado por uma dor imensa. Meu amigo Zeno se foi. Pessoalmente, eu o chamava de pequeno notável. Uma inteligência privilegiada dentro de um pequeno corpo que não comportava sua amabilidade, ternura e capacidade intelectual. Em Alagoas – lugar que tanto amava –, esse moço do Pará fez centenas de amigos e admiradores. Anos atrás, inaugurei na sede de nossa Anoreg salas de estudo que deveriam levar os notários e registradores de meu estado a novas buscas e aventuras no ramo do Direito Notarial e Registral. O nome, claro! Salas de estudo Zeno Veloso. Quando resolvi publicar minhas crônicas e poemas ‒ Diversas e Dispersas – no ano de 2017, acanhado diante da magnitude de sua obra, singelamente pedi que fizesse a apresentação do meu livro. Recebi uma resposta tão alegre que fui tomado por uma grande emoção. Em seu texto de apresentação ele anotou: “Numa passagem o autor disse: ‘para mim, peço passarinhos, leves, livres, soltos e sempre cantando’. Nada de gaiolas, vamos destruí-las todas, em nome da liberdade e da justiça”.
Zeno está livre, longe das gaiolas que aprisionam almas libertárias como a dele. Partiu e deixará uma lacuna para aqueles que lutam pela liberdade. Perde a alforria do pensamento e da expressão estruturada, presente nele e que sempre chegava depois da pausa de sua respiração, seguida da voz grave e de um sorriso largo em suas palestras muito concorridas.
A liberdade de pensamento sofre um golpe.
Perdem seus familiares, amigos, admiradores, o povo do Pará e o Brasil.”
Fonte: Comunicação do IRTDPJBrasil e outros
Em 19/03/2021