Mulheres Registradoras – Entrevista com Glória Alice Bertoli

07/03/2020 Gloria Alice Bertoli aceitou o convite para participar da campanha “Mulheres Registradoras”. Glória é registradora de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas em Cuiabá, Mato Grosso,  e conselheira fiscal do IRTDPJBrasil.

O que a motivou a seguir a carreira de registradora pública? Como faz para equilibrar os estudos constantes, as reponsabilidades do cargo com a vida pessoal? Como contribuir no combate à violência contra a mulher?

Essas foram algumas das perguntas feitas para a nossa entrevistada, Gloria Alice Bertoli, que aceitou o convite para participar da campanha “Mulheres Registradoras”. Glória é registradora de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas em Cuiabá, Mato Grosso,  e conselheira fiscal do IRTDPJBrasil.

 

O que representa para você ser uma mulher que exerce uma função de direção, qual o motivo da escolha da função de registradora pública?

Sempre vi com muita naturalidade a MULHER exercer função diretiva, tanto no lar quanto nas diversas profissões, pois tive contato em minha vida de cidade do interior do Brasil, bons exemplos de mulheres fortes, inteligentes e de ótima competência no que lhe fosse apresentado para dirigir. Seja uma empresa, um cargo público, atuando como política,  advogada ou magistrada, seja uma simples “dona de casa” como a minha mãe. Ela manejava a família toda, conseguindo extrair do seu tempo o máximo de produtividade para comandar os profissionais que trabalhavam com ela, fosse na lida da arrumação e ou na cozinha, fosse na costura, orientando os filhos e filhas. Enfim, sempre tive ótimos exemplos de mulheres executivas.

Inclusive  a escolha pela minha função como notária e registradora foi aquela “determinada” pela minha mãe, que viu em mim, a sexta entre oito de seus filhos, aquela com melhor característica de “persona” para assumir o cargo que havia sido ocupado inicialmente pelo meu pai, meu antecessor na serventia.

Como você conduz sua vida pessoal diante de tanta responsabilidade como registradora pública?

Para que bem pudesse cumprir com a enorme responsabilidade como notária e registradora de TD e PJ, desde o início de minha vida adulta e profissional participei de todos os congressos, seminários, cursos específicos da área Jurídica e/ou de Gestão de Empresas, além do curso de Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso. Isso tudo enquanto ia ganhando os três filhos, que nasceram nessa época de Faculdade, continuando trabalhando, participando de todos os congressos, etc., sempre com a ajuda inestimável da minha mãe que achava muito importante a participação da mulher na vida nacional.

E de que forma o Registro Público pode ajudar a combater a violência contra mulher que é um problema que vem crescendo, chegando em muitos casos ao feminicídio?

Acredito que com o nosso bom exemplo de gestora, cidadã, esposa e mãe para as futuras gerações, com o nosso testemunho de vida correta no cumprimento do dever funcional e engajamento em movimentos, campanhas de ordem político-social, com a presença em palestras, encontros e todas as formas de participação na sociedade em que somos inseridas, estaremos contribuindo para uma paz social que almejamos para todas aquelas mulheres que ainda não conseguiram conquistar o RESPEITO necessário que elas merecem.

No meu caso, sempre ensinei aos meus três filhos homens, seus amigos e primos, que fizeram e fazem parte de nosso meio social, que um homem que se aproveita de sua força física, moral, social para subjugar qualquer mulher aos seus caprichos, é um HOMEM COVARDE e, portanto, indigno de qualquer reconhecimento na sociedade em que participa seja familiar, profissional ou de cidadão comum.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do IRTDPJBrasil/Andrea Vieira
Em 07/03/2020